RUI, Manuel. Um anel na areia: estória de amor. Luanda: Nzila, Lda, 2002.
Informações sobre o autor e introdução:
Manuel Rui é advogado e escritor angolano. Nasceu na cidade de Nova Lisboa, que hoje se chama Huambo, no ano de 1941. Além de ser ativo na vida política, civil e educacional de seu país, dedica-se ao mundo literário, tendo já publicados nove livros de poemas e mais de uma dezena de ficção. Muitos desses já se encontram traduzidos em vários idiomas, como Quem me dera ser onda (2007), que também foi adaptado para o teatro e para a TV, sendo reeditado diversas vezes. Por essa obra teve reconhecido o seu trabalho como autor de ficção através do “Prêmio Caminho das Estrelas”. Manuel Rui não se destaca somente como escritor no mundo das Letras, visto que é membro Fundador da União dos Artistas e compositores angolanos, pertencente à Sociedade de autores angolanos e da União de escritores angolanos.
A presente resenha trata do romance Um anel na areia (2002). Pretendemos aqui despertar o interesse do leitor para o mundo de Marina e Lau, os dois personagens principais da obra, que vivem um dos grandes períodos de transformação política e cultural de Angola. Além disso, cabe-nos destacar alguns dos recursos literários empregados pelo autor, responsáveis pela não obviedade do decorrer da história, mantendo assim o mistério e a curiosidade do leitor pelo seu desfecho.
Resumo:
Somos testemunhas, em Um anel na areia, de parte das vidas de Marina e Lau, um jovem casal de namorados que, apesar de apaixonados, são muito diferentes um do outro. Marina tem uma visão mais sensível do mundo, já Lau é bastante prático e questionador dos costumes sociais. A história de amor começa na noite em que acaba, por alguns minutos, a luz na escola onde estudam juntos na mesma classe. O rapaz aproveita essa oportunidade para se dirigir até Marina e beijá-la. A moça, encantada por ele, escreve e arremessa ao mesmo um bilhete transformado em aviãozinho de papel: “Sabes que gosto muito de ti e quero-te beijar de dia?” (p. 9). A narrativa se inicia três anos a frente desse ocorrido, que é rememorado pela personagem. Marina nos confidencia sentir-se grávida de Lau desde aquele primeiro beijo na escuridão da sala de aula.
A insegurança e o medo fazem parte da rotina do casal, pois Angola está em plena Guerra Civil e Lau não tem os documentos que o dispensariam de “defender” o seu país. Homens estão morrendo nas frentes de batalha, deixando mães e irmãs desamparadas e mulheres sem maridos e perspectiva de formar uma família. Este é o caso de Gui, amiga de Marina, que não tem namorado nem trabalho e, além disso, não foi privilegiada pela natureza: Gui é feia, Marina é linda. A rotina, portanto, deve ser discreta, sem chamar atenção da polícia, mais precisamente dos tropas do governo: “Vamos embora, ainda arranjas uma maka sem a polícia, não tens papel de recenseamento militar e pronto.” (p. 12).
Apesar do clima tenso por que passa o país africano, o clímax do romance não está contido apenas na questão histórica, mas na religiosa também. Marina, após ser presenteada pelo namorado com um lindo anel de ouro, viverá um angustiante conflito interior, visto que em agradecimento ao anel de noivado, deita no mar os seus anéis de fantasia, ou seja, ela oferece a Kianda, a deusa das águas, seus anéis falsos, sem valor comercial. A preocupação que ocupa o coração e a mente da moça se dá ao fato de que ela poderia estar trapaceando ou zombando da deusa, visto que os anéis são de mentira, e em conseqüência disso teria azar na vida.
Angustiada, a menina procura uma autoridade religiosa para discutir a gravidade ou não de sua atitude. Juntos, ela e o padre, irão questionar onde estaria o verdadeiro valor das relações humanas, se nas boas intenções e na pureza dos sentimentos, ou se no preço comercial das coisas que representariam a fé e o agradecimento das pessoas. Marina tem a sua frente um longo caminho repleto de questionamento e incertezas acerca do mundo que a envolve e, se por um lado, ela tem o namorado, que a apóia e lhe mostra um ponto de vista cético e prático sobre a tradição social e as doutrinas religiosas; por outro lado, ela tem a tia Aurora, mais conservadora e temente ao divino.
Não descreveremos aqui o desenrolar dessa problemática, visto que é ela uma das responsáveis por instigar o leitor a acompanhar a história de amor de Marina e Lau. Podemos, então, avançar para uma análise mais detalhada acerca dos elementos narrativos e da temática que maior curiosidade nos despertou como leitor crítico: a coexistência do mundo tradicional religioso e do mundo materialista, capitalista portanto.
A sobreposição do novo:
Percebemos que Um anel na areia, mais do que uma história de amor, é uma narrativa que problematiza de maneira direta, porque é uma das principais temáticas da novela, e sutil, porque é repleto de entrelinhas que exigem o leitor atento, o conceito de valor e a dicotomia religiosidade e materialismo, representada ora por Lau, materialista e liberal, ora por tia Aurora, religiosa e conservadora. Entre esses dois pólos está Marina que se pergunta: em que está o verdadeiro valor das relações humanas, no preço estabelecido de nossos pertences materiais ou no que pensamos e sentimos? Quem possui a verdade: os céticos e materialistas, ou os fiéis a uma dimensão divina e a uma tradição religiosa?
É claro que a obra não pretende responder a essas perguntas, mas sim questionar até quando sobreviverão juntas essas duas vertentes em Angola, até quando resistirá a tradição, que vem sendo esmagada pela ideologia ocidental, a do lucro.
Tia Aurora, por exemplo, representa uma grande ambigüidade frente à pergunta de Marina: “Mas, tia Aurora, uma pessoa pode gostar mais de um anel de fantasia do que dum anel de ouro. Pode ser um anel de fantasia que lhe deu a mãe que já morreu ou o namorado que foi na tropa não voltou nunca mais e ninguém sabe nada, tia, um anel assim tem muito mais valor, não acha?” (p. 21). Afinal, mundo espiritual e mundo material se correspondem? Não teria mais crédito o amor depositado em cada coisa do que o valor estipulado por homens?
Os pensamentos de Lau vão de encontro aos da tia de Marina. O rapaz não só questiona como nega o discurso religioso e tradicional dos antepassados, despindo as gerações de Aurora, por exemplo, de sua suposta autoridade: “os mais velhos como a tua tia Aurora é que andam sempre a falar que no tempo antigo que era (...) se naquele tempo é que era bom como é que eles pariram esta merda que estamos” (p. 32). Ele recusa os ideais antepassados, pois esses são esmagados pelo ideal presente no qual eles estão, e neste ideal não há espaço para o antigo, o que é “velho” é considerado ultrapassado e é por isso facilmente e continuamente substituído pelo “novo”. Lau se identifica com esse novo que vem substituindo a visão dos antigos: “somos nós, os que obedecemos e penso que devemos desobedecer, qual sociedade civil qual merda! É desobediência civil, desobedecer todo sítio!” (p. 81).
Gui, amiga de Marina, também aparece como refutadora das heranças tradicionais e dos discursos das gerações anteriores. Desesperançada de realizar seu sonho de casar, e sem oportunidades de trabalho entra para o mundo dos “negócios” e tenta desestabilizar a moral pregada pelos antigos: “Elas falam tudo que no tempo delas não era assim (...) É mentira (...) Punham no meio do mato e no escuro dos quintais (...) É uma espécie de brincadeira, uma coisa de fingir na mesma quando vão na igreja e usam véu” (p. 35).
Temos, dessa forma, uma tensão entre esses dois mundos muito bem representada nos diálogos que se dão sempre entre Marina ora com tia Aurora, ora com Lau ou com Gui: a anteposição que se dá entre o mundo em que tudo se torna descartável, inclusive o ser humano- como acontece com tia Aurora, caracterizada em quase todas as citações do rapaz como velha e antiga – e onde não há tempo para rituais tradicionais, como o casamento, por exemplo; e o mundo que tenta resistir a imposição ocidental que desvaloriza o tradicional e a religião.
Marina parece ocupar o lugar do leitor, analisando os dois discursos antepostos e tentando encontrar a sua própria verdade no meio desses. A jovem possui dentro de si a esperança, representada pelo seu sentimento de gravidez: Marina é aquela que “espera” por um casamento e por uma Angola melhor. Ela não ignora o discurso de seu namorado, mas também não nega as virtudes de sua tia. Mesmo assim, temos a impressão de uma inevitável sobreposição do primeiro discurso, ocidental, ao segundo, tradicional e religioso.
Parte do temário apresentado não é o único elemento que apreende o gosto do leitor pelo romance. Os recursos narrativos causam estranhamento e exigem experiência de leitura. Os diálogos se sobrepõem confundindo até mesmo o leitor experiente. A confusão, entretanto, é passageira, após as primeiras páginas, absorvido pela história, o leitor não encontra maiores dificuldades, a não ser a do vocabulário, porém nada que prejudique a compreensão, na narrativa fragmentada bastante marcada pelo discurso indireto livre, que dá maior verossimilhança à obra. A oralidade e o fluxo de pensamento de Marina são características relevantes e constituem mais um traço que nos leva mais contundentemente àquela realidade e a compartilhar bem de perto a inquietude da moça.A essa altura da resenha, torna-se redundante a afirmação de que Um anel na areia vai além da história de amor de Marina e Lau, visto que, além disso, é um convite a reflexão sobre uma nova realidade social e cultural pela qual vem passando Angola.
Informações sobre o autor e introdução:
Manuel Rui é advogado e escritor angolano. Nasceu na cidade de Nova Lisboa, que hoje se chama Huambo, no ano de 1941. Além de ser ativo na vida política, civil e educacional de seu país, dedica-se ao mundo literário, tendo já publicados nove livros de poemas e mais de uma dezena de ficção. Muitos desses já se encontram traduzidos em vários idiomas, como Quem me dera ser onda (2007), que também foi adaptado para o teatro e para a TV, sendo reeditado diversas vezes. Por essa obra teve reconhecido o seu trabalho como autor de ficção através do “Prêmio Caminho das Estrelas”. Manuel Rui não se destaca somente como escritor no mundo das Letras, visto que é membro Fundador da União dos Artistas e compositores angolanos, pertencente à Sociedade de autores angolanos e da União de escritores angolanos.
A presente resenha trata do romance Um anel na areia (2002). Pretendemos aqui despertar o interesse do leitor para o mundo de Marina e Lau, os dois personagens principais da obra, que vivem um dos grandes períodos de transformação política e cultural de Angola. Além disso, cabe-nos destacar alguns dos recursos literários empregados pelo autor, responsáveis pela não obviedade do decorrer da história, mantendo assim o mistério e a curiosidade do leitor pelo seu desfecho.
Resumo:
Somos testemunhas, em Um anel na areia, de parte das vidas de Marina e Lau, um jovem casal de namorados que, apesar de apaixonados, são muito diferentes um do outro. Marina tem uma visão mais sensível do mundo, já Lau é bastante prático e questionador dos costumes sociais. A história de amor começa na noite em que acaba, por alguns minutos, a luz na escola onde estudam juntos na mesma classe. O rapaz aproveita essa oportunidade para se dirigir até Marina e beijá-la. A moça, encantada por ele, escreve e arremessa ao mesmo um bilhete transformado em aviãozinho de papel: “Sabes que gosto muito de ti e quero-te beijar de dia?” (p. 9). A narrativa se inicia três anos a frente desse ocorrido, que é rememorado pela personagem. Marina nos confidencia sentir-se grávida de Lau desde aquele primeiro beijo na escuridão da sala de aula.
A insegurança e o medo fazem parte da rotina do casal, pois Angola está em plena Guerra Civil e Lau não tem os documentos que o dispensariam de “defender” o seu país. Homens estão morrendo nas frentes de batalha, deixando mães e irmãs desamparadas e mulheres sem maridos e perspectiva de formar uma família. Este é o caso de Gui, amiga de Marina, que não tem namorado nem trabalho e, além disso, não foi privilegiada pela natureza: Gui é feia, Marina é linda. A rotina, portanto, deve ser discreta, sem chamar atenção da polícia, mais precisamente dos tropas do governo: “Vamos embora, ainda arranjas uma maka sem a polícia, não tens papel de recenseamento militar e pronto.” (p. 12).
Apesar do clima tenso por que passa o país africano, o clímax do romance não está contido apenas na questão histórica, mas na religiosa também. Marina, após ser presenteada pelo namorado com um lindo anel de ouro, viverá um angustiante conflito interior, visto que em agradecimento ao anel de noivado, deita no mar os seus anéis de fantasia, ou seja, ela oferece a Kianda, a deusa das águas, seus anéis falsos, sem valor comercial. A preocupação que ocupa o coração e a mente da moça se dá ao fato de que ela poderia estar trapaceando ou zombando da deusa, visto que os anéis são de mentira, e em conseqüência disso teria azar na vida.
Angustiada, a menina procura uma autoridade religiosa para discutir a gravidade ou não de sua atitude. Juntos, ela e o padre, irão questionar onde estaria o verdadeiro valor das relações humanas, se nas boas intenções e na pureza dos sentimentos, ou se no preço comercial das coisas que representariam a fé e o agradecimento das pessoas. Marina tem a sua frente um longo caminho repleto de questionamento e incertezas acerca do mundo que a envolve e, se por um lado, ela tem o namorado, que a apóia e lhe mostra um ponto de vista cético e prático sobre a tradição social e as doutrinas religiosas; por outro lado, ela tem a tia Aurora, mais conservadora e temente ao divino.
Não descreveremos aqui o desenrolar dessa problemática, visto que é ela uma das responsáveis por instigar o leitor a acompanhar a história de amor de Marina e Lau. Podemos, então, avançar para uma análise mais detalhada acerca dos elementos narrativos e da temática que maior curiosidade nos despertou como leitor crítico: a coexistência do mundo tradicional religioso e do mundo materialista, capitalista portanto.
A sobreposição do novo:
Percebemos que Um anel na areia, mais do que uma história de amor, é uma narrativa que problematiza de maneira direta, porque é uma das principais temáticas da novela, e sutil, porque é repleto de entrelinhas que exigem o leitor atento, o conceito de valor e a dicotomia religiosidade e materialismo, representada ora por Lau, materialista e liberal, ora por tia Aurora, religiosa e conservadora. Entre esses dois pólos está Marina que se pergunta: em que está o verdadeiro valor das relações humanas, no preço estabelecido de nossos pertences materiais ou no que pensamos e sentimos? Quem possui a verdade: os céticos e materialistas, ou os fiéis a uma dimensão divina e a uma tradição religiosa?
É claro que a obra não pretende responder a essas perguntas, mas sim questionar até quando sobreviverão juntas essas duas vertentes em Angola, até quando resistirá a tradição, que vem sendo esmagada pela ideologia ocidental, a do lucro.
Tia Aurora, por exemplo, representa uma grande ambigüidade frente à pergunta de Marina: “Mas, tia Aurora, uma pessoa pode gostar mais de um anel de fantasia do que dum anel de ouro. Pode ser um anel de fantasia que lhe deu a mãe que já morreu ou o namorado que foi na tropa não voltou nunca mais e ninguém sabe nada, tia, um anel assim tem muito mais valor, não acha?” (p. 21). Afinal, mundo espiritual e mundo material se correspondem? Não teria mais crédito o amor depositado em cada coisa do que o valor estipulado por homens?
Os pensamentos de Lau vão de encontro aos da tia de Marina. O rapaz não só questiona como nega o discurso religioso e tradicional dos antepassados, despindo as gerações de Aurora, por exemplo, de sua suposta autoridade: “os mais velhos como a tua tia Aurora é que andam sempre a falar que no tempo antigo que era (...) se naquele tempo é que era bom como é que eles pariram esta merda que estamos” (p. 32). Ele recusa os ideais antepassados, pois esses são esmagados pelo ideal presente no qual eles estão, e neste ideal não há espaço para o antigo, o que é “velho” é considerado ultrapassado e é por isso facilmente e continuamente substituído pelo “novo”. Lau se identifica com esse novo que vem substituindo a visão dos antigos: “somos nós, os que obedecemos e penso que devemos desobedecer, qual sociedade civil qual merda! É desobediência civil, desobedecer todo sítio!” (p. 81).
Gui, amiga de Marina, também aparece como refutadora das heranças tradicionais e dos discursos das gerações anteriores. Desesperançada de realizar seu sonho de casar, e sem oportunidades de trabalho entra para o mundo dos “negócios” e tenta desestabilizar a moral pregada pelos antigos: “Elas falam tudo que no tempo delas não era assim (...) É mentira (...) Punham no meio do mato e no escuro dos quintais (...) É uma espécie de brincadeira, uma coisa de fingir na mesma quando vão na igreja e usam véu” (p. 35).
Temos, dessa forma, uma tensão entre esses dois mundos muito bem representada nos diálogos que se dão sempre entre Marina ora com tia Aurora, ora com Lau ou com Gui: a anteposição que se dá entre o mundo em que tudo se torna descartável, inclusive o ser humano- como acontece com tia Aurora, caracterizada em quase todas as citações do rapaz como velha e antiga – e onde não há tempo para rituais tradicionais, como o casamento, por exemplo; e o mundo que tenta resistir a imposição ocidental que desvaloriza o tradicional e a religião.
Marina parece ocupar o lugar do leitor, analisando os dois discursos antepostos e tentando encontrar a sua própria verdade no meio desses. A jovem possui dentro de si a esperança, representada pelo seu sentimento de gravidez: Marina é aquela que “espera” por um casamento e por uma Angola melhor. Ela não ignora o discurso de seu namorado, mas também não nega as virtudes de sua tia. Mesmo assim, temos a impressão de uma inevitável sobreposição do primeiro discurso, ocidental, ao segundo, tradicional e religioso.
Parte do temário apresentado não é o único elemento que apreende o gosto do leitor pelo romance. Os recursos narrativos causam estranhamento e exigem experiência de leitura. Os diálogos se sobrepõem confundindo até mesmo o leitor experiente. A confusão, entretanto, é passageira, após as primeiras páginas, absorvido pela história, o leitor não encontra maiores dificuldades, a não ser a do vocabulário, porém nada que prejudique a compreensão, na narrativa fragmentada bastante marcada pelo discurso indireto livre, que dá maior verossimilhança à obra. A oralidade e o fluxo de pensamento de Marina são características relevantes e constituem mais um traço que nos leva mais contundentemente àquela realidade e a compartilhar bem de perto a inquietude da moça.A essa altura da resenha, torna-se redundante a afirmação de que Um anel na areia vai além da história de amor de Marina e Lau, visto que, além disso, é um convite a reflexão sobre uma nova realidade social e cultural pela qual vem passando Angola.
Marcela Teixeira Barbosa
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