sábado, 13 de dezembro de 2008

Artigo:Literatura Portuguesa Contemporânea




SONHO E DELÍRIO EM O ESPLENDOR DE PORTUGAL

Marcela Teixeira Barbosa


A origem dos sonhos e a procura de seu significado para o ser humano compõem uma discussão que vem perdurando ao longo dos séculos. Já se acreditou, por exemplo, na Antiguidade, como nos explica Freud em A interpretação dos sonhos, que esses seriam mensagens de deuses ou de demônios, podendo trazer ao sonhador, boas ou más revelações: “Eles aceitavam como axiomático que os sonhos estavam relacionados com o mundo dos seres sobre humanos nos quais acreditavam, e que constituíam revelações de deuses ou demônios” . Os sonhos que aparecem, entretanto, nesse romance de António Lobo Antunes, O esplendor de Portugal, de 1999, não são provenientes do sono, os quais os povos antigos criam ser de providência divina, mas são, talvez possamos dizer, oriundos da exaustividade da realidade dura a qual a personagem Isilda pertence. É por esse âmbito que fazemos analogia entre a teoria freudiana de realização dos desejos do homem através do sonho inconsciente, que se dá no sono, e a realização da vontade da personagem de estar e pertencer a outro espaço, a outro ambiente, que não o da Guerra Civil Angolana, através do sonho em que está em família na ceia de Natal, em 1995. Veremos o mesmo a respeito dos delírios da personagem, que para tornar a sua vida em África possível, ou seja, para se proteger do cenário destruído e hostil, nega a realidade exterior e inventa uma própria, no seu interior.
Desde o primeiro aparecimento de Isilda na narrativa, no capítulo 24 de julho de 1978, reconhecemos o ambiente angustiante e esmagador que a envolve. Através da descrição de imagens bastante expressivas, como a do “grito”, e a do “ventre que aumenta na escuridão do quarto”, nós, leitores, compartilhamos o pavor e a culpa que perseguem a personagem, enraizando nela a dor vívida e intensa que lhe acompanha por toda a história, não podendo ser expressa apenas pela boca, um dos órgãos responsáveis, dentre outras funções, de nos libertar, através do som e da fala, de nossos sentimentos, mas por todo o corpo:

Há qualquer coisa de terrível em mim. Às vezes à noite o murmúrio dos girassóis acorda-me e sinto o ventre aumentar na escuridão do quarto com aquilo que não é um filho, não é um inchaço, não é um tumor, não é uma doença, é uma espécie de grito que vai sair não pela boca mas pelo corpo inteiro e encher o campo como uivo dos cães...

O grito que Isilda mantém abafado, desde a sua infância até a fase adulta, a dor que ela não consegue exteriorizar, será compensada mais tarde através de delírios, devaneios, sonhos, ou seja, pela tentativa de fugir do ambiente em que se encontra. Essa sua agonia parece ter se iniciado após presenciar duas cenas seguidas de violência, quando era ainda uma criança, cenas que transformariam para sempre o seu interior. A primeira consiste em um ato de violência contra um animal, e o segundo, por conseqüência desse, consiste na violência de homens contra um louco:

Em criança antes de voltarmos a Angola assisti ao linchamento do louco da Vila de Nisa. (...) um dia abriu a barriga de um vitelo do pescoço às virilhas, o animal entrou a tropeçar nas tripas, os camponeses da herdade pegaram no louco (...) trouxeram-no aos encontrões para a eira, começaram a bater-lhe com enxadas e paus sem que se defendesse, protestasse sequer, um vagabundo que sorria aumentando o sorriso a cada golpe, lembro-me de uma oliveira corcunda, do sol, homens a erguerem e baixarem os ancinhos, o louco, sorrindo sempre, puxou o pente da algibeira das calças a arranjar o cabelo, no momento seguinte um calhau esmagou-lhe o peito e as madeixas assemelhavam-se ao ninho que as cegonhas construíram no vértice do depósito da água... .

O primeiro sinal que nos mostra o quanto essas cenas a traumatizaram e, portanto, não se trata de uma divagação gratuita ou superficial no romance, mas de grande importância para que se possa melhor compreender o que acontece à personagem e o motivo da atmosfera deprimente, que sempre acompanhou a família de Isilda, está na riqueza de detalhes das suas descrições. Podemos dizer, conforme se dá a descrição, que esses momentos de violência parecem ter passado muito lentamente para ela, no que diz respeito ao tempo psicológico, obviamente. Ela se fixa à “oliveira corcunda”, ao sol, ao pente sem “dente” do louco, como se tivesse tido tempo de, em meio à confusão, observar todo o cenário ao seu redor. Tal recurso narrativo, de exposição de detalhes, nos leva a crer na incapacidade da personagem de se desvincular do acontecido, visto que todo aquele cenário a impregna.
A narrativa fragmentada nos permite ainda perceber uma relação forte entre Isilda e o Louco de Nisa, criada pela mesma no momento do espancamento. Apiedada e frágil para que pudesse tomar qualquer atitude, impedindo a injustiça que estava se formando, o julgamento bárbaro dos homens sãos contra um homem incapaz de medir as conseqüências de seus atos vis, a personagem carrega sua parcela de culpa, de testemunha por toda a vida, criando para si uma neurose, uma obsessão. Ela deposita no pente do louco, que pega para si, a proteção, o carinho e a compaixão, sentimentos que não puderam ser expressos naquele momento de crueldade. O objeto parece funcionar como o seu elo entre o presente e o passado, ao qual, ela sabe, nunca se verá desvinculada, livre por completo. Como um sonho ruim, o fato a persegue como uma sombra, e se torna parte dela. Sempre que deseja atravessar o “portal” do tempo e voltar para aquele momento do trauma, ela tira o pente da “lata de biscoitos amolgada e riscada sem pintar na tampa”, sendo que, “assim que lhe tocava via as casas de Nisa e o vitelo entrava no largo tropeçando nas tripas, os outros que nunca hão-de compreender o que for” .
Nota-se nesse trecho outro elemento importante: a lata de biscoitos amolgada e riscada na tampa conservada por Isilda para guardar o objeto. Conscientizados de que o romance de António Lobo Antunes nada possui de impensado ou surge de forma gratuita, podemos frisar ainda mais a idéia o simbolismo que o pente representa, de elo do passado, visto que até a lata, em que esse é escondido, possui características próprias da infância de Isilda. Ampliando as possibilidades de interpretação, poderíamos nos arriscar a dizer que essa lata de biscoitos protege o seu passado, e ao abri-la e deparar-se com o pente que colheu na cena do crime, ela não apenas volta para o seu passado como também o pode tocar e compreender o momento de sua vida em que a “espécie de grito” começa a ser nela germinado e a crescer conforme o tempo passa: “e julgo que por essa época me aperceber que havia qualquer coisa de terrível em mim. Acordava a noite com o murmúrio dos girassóis” . A última frase desse trecho é essencial para que saibamos que o que a acorda não são, na verdade, os murmúrios dos girassóis; o que a acorda são os sonhos ruins, é o espancamento do louco da Vila de Nisa do qual está “impregnada”.
É necessário estar clara a relevância desse fato na vida de Isilda, para que entendamos as mudanças comportamentais da personagem com o passar do tempo, de 24 de julho de 1978 a 24 de dezembro de 1995, não como um fenômeno repentino, que se deu em seu interior, mas como a manifestação de traumas e desilusões que vêm se amontoando ao longo de sua trajetória, sem que ela conseguisse se desabafar de algumas delas. A sua ligação com o episódio já mencionado é tão forte que há momentos na narrativa em que ela, para expressar a si mesma, pelo monólogo interior, fluxo-de-consciência, o estado emocional em que se encontra, se identifica com os elementos daquele espaço, como por exemplo, na hora do parto, em que se compara, devido às dores e ao seu medo, ao vitelo esventrado: “eu como um vitelo esventrado a sangrar e a tropeçar nas tripas de cada vez que nasceram, lacerada do pescoço às virilhas a tombar de mim mesma numa agonia exausta” .
Assim, Isilda, em uma tentativa desesperada de se livrar do grito e do vazio que a consomem, se permite engravidar, entretanto nem isso a consegue aliviar a experiência de dor e injustiça vivida no passado: “consenti que o Carlos/ (não o Carlos não)/ se formasse em mim para abafar o grito” . Ao contrário de preencher o vazio ou lhe livrar da dor, o nascimento de seu filho Rui acaba por atormentá-la ainda mais, visto que ele nasce com problemas de nervos, tendo, por vezes, crises de epilepsia, e Isilda cobra-se por isso, atribuindo a ela mesma a culpa pela doença do mesmo:

Com o pente na palma, sorrindo de desafio para quem me matava porque há qualquer coisa de terrível em mim que vocês desconhecem mas de que os bichos e os pretos se dão conta(...) qualquer coisa de terrível que se prolonga no Rui .

A relação que a personagem estabelece entre o acontecimento vivido no passado e a doença de seu filho fica bastante evidente, porque além de o enredo nos apresentar trechos que nos mostram Isilda a pentear o filho com o pente do louco, ocorrem intercalações, pois a narrativa é toda fragmentada, entre a narração do episódio do Louco de Nisa, e a lembrança de momentos da consulta de Rui, em que o médico revela o diagnóstico, repetindo-se a sua fala por diversas vezes na narrativa: “Um problema no cérebro minha senhora correntes elétricas desordenadas o comportamento dele pode mudar” . E para apagar todas as dúvidas a respeito desse trauma de Isilda que se repercutirá por toda a sua vida, tem-se mais a frente o seguinte trecho, em que essa relação deixa de ser duvidosa para adquirir o caráter de certeza:

Os camponeses pegaram no louco de Nisa, pegaram no Rui, trouxeram-no aos encontrões para a eira, começaram a espancá-lo com enxadas e paus sem que o meu filho protestasse, lembro-me de uma oliveira corcunda, do sol, de homens erguendo e baixando os ancinhos, o Rui puxou o pente das calças para arranjar o cabelo e no momento seguinte um calhau esmagou-lhe o peito .

Além de ter de enfrentar seus traumas, Isilda é sobrecarregada pela dupla da tarefa que exerce, visto que tem que cuidar de tudo sozinha, desde os filhos aos negócios administrativos da fazenda, pois seu marido, alcoólatra, é incapaz de tomar qualquer atitude que a ele diz respeito, fugindo a todo o tempo da vida em família e da dele própria:

passou a orientar a fazenda não do campo mas da varanda do primeiro andar, de copo de uísque na mão e mais um litro oculto em cada armário, sem olhar o arroz, o milho, o girassol, o algodão, sem olhar a mim nem aos filhos” .

Outro fator que abala a personagem, e que aqui podemos denotar, é o seu envelhecimento. Ela não aceita que está envelhecendo e nega as marcas da idade, atribuindo ao espelho as mudanças que percebe em seu rosto:

Quando à noite sento ao toucador para tirar a maquiagem pergunto-me se fui eu que envelheci ou foi o espelho do quarto. Deve ter sido o espelho: estes olhos deixaram de me pertencer, esta cara não é minha, estas rugas e estas nódoas na pele serão manchas da idade ou o ácido a correr o vidro .

Com a Guerra Civil, a atmosfera que a envolve colabora para que, aos poucos e progressivamente, Isilda vá se perdendo dentro de si mesma, já que o mundo exterior a esmaga. O espaço de sua casa, que lhe era anos anteriores familiar, torna-se desconhecido depois da perda de entes queridos e da partida de seus três filhos para Portugal. Então, com o avançar dos anos e o caminhar da Guerra, a personagem vai perdendo o seu lugar no mundo, o seu espaço de desfaz; ela perde a família, os filhos, os empregados, a fazenda e, por fim, depara-se perdida em uma cidade transformada, destruída:

não pode ser Luanda porque não encontro, sei lá, Alvalade, encontro destroços sem janelas nem portas, veredas de sobejos, jipes coxos da polícia, barracas no lugar onde moravam meus primos com um mimo representando de defunto pendurado no muro, se batermos palmas levanta-se e agradece, se voltarmos costas pergunta ao contra-regra disfarçado de milícia Fui bem?
enquanto limpa com o lenço a maquiagem e a graxa .


A partir daí, Isilda começa a cada vez mais negar o espaço exterior, ao qual pertence. Ela inventa uma realidade própria, no seu interior, que não deixa de possuir, porém, vínculo direto com o que se passa na realidade concreta de seu tempo presente:

uma cidade inventada pelos ministros de Lisboa a fim de nos enganarem e obrigarem a partir, de que pensássemos
- Pronto a África é dos jingas não é minha acabou-se(...)
- Não me vou embora podem fingir que me matam que não me vou embora ouviram podem fazer o que lhes der na gana que não saio daqui .


Notamos, portanto, duas importantes manifestações no comportamento de Isilda: a do desejo de que todo o mal que ela presencia seja uma farsa, como um teatro, para que os portugueses desistam daquelas terras; e a do delírio, que a leva a caminhar por meio ao tiroteio, visto que acredita plenamente na mentira que ela própria inventa:

a metralhadora de brinquedo a emitir estalinhos de brinquedo, os cães que sabiam o seu papel de cor trotando para longe de nós, o adericista a despenhar telhas e pranchas, a Maria da Boa Morte a pedir
- Senhora
- Como se tivesse medo e as armas de plásticos disparassem a sério


O trecho escolhido se caracteriza, assim como os demais trechos do romance, em que Isilda distorce a realidade, levando-a ao limite do fantástico em que tudo seria uma grande encenação, pelo que Mikhail Bakhtin chamou “sério-cômico”. Temos uma heroína desordenada psicologicamente e fracassada nos seus objetivos pessoais no que diz respeito à vida familiar e econômica. Isilda não enfrenta o que se passa, mas foge disso, transformando a Guerra Civil em Angola em um cenário carnavalesco, em que os defuntos desmembrados são atores fantasiados de defuntos, as armas dos soldados são feitas de plástico e o sangue que sai das feridas de morte de sua fiel empregada, por exemplo, é qualquer outra coisa, que não sangue:

a Maria da Boa Morte num papel igual aos atores que representavam cadáveres (...) a alongar uma mancha que não era sangue, tudo o que quiserem menos sangue, não me conseguem convencer que era sangue ao comprido da perna .

Dessa forma, temos nessa obra de António Lobo Antunes, o papel do herói atual que, como todos os seres humanos, é suscetível ao desequilíbrio emocional e comportamental, não se mantendo sempre o mesmo, mas sofrendo transformações variadas. Diz Mikhail Bakhtin a respeito desse tipo de personagem: “falam e atuam na zona de um contato familiar com atualidade inacabada” .
Ao ser capturada pelos soldados de governo, resta a Isilda, envolvida por todo o cenário infecto da Guerra, se mover para o seu espaço interior, idealizado. A personagem realiza, momentos antes de ser assassinada, o seu desejo de estar reunida a sua família em sua casa, espaço que “abriga o devaneio, a casa protege o sonhador (...) a casa é um dos maiores poderes de integração para os pensamentos, as lembranças e os sonhos do homem” :

os meus filhos orgulhosos de mim, o Carlos e o Rui com ternos de domingo, a Lena naqueles exageros servilhanos (...) a Clarisse um bocadinho excessiva na maneira de andar (...) o meu marido sem beber (...) a minha mãe que não conheceu a guerra (...) quando o Fernando trouxer a canja, o peru, o bolo-rei, os sonhos, as fatias douradas, o espumante, o meu marido acender as velas do pinheiro, o Damião a amontoar os presentes contra a jarra... .

Percebemos no trecho, que a personagem, nesses momentos, se vê afastada do mundo da consciência de vigília, como em um sonho, que não se dá no sono, mas em um estado que vacila entre a consciência e a inconsciência, como um devaneio, um sonhar acordado, e é dessa forma que ela foge da realidade e concretiza dentro de si a realização do desejo que, de certa forma, está presente em todos os momentos da narrativa em que Isilda é o narrador-personagem: o de ter uma vida familiar em harmonia.
Assim, podemos dizer, que é no devaneio, com a desvinculação da personagem com a realidade, que ela tem o seu desejo realizado, da mesma forma como aquele que tem o sonho proveniente do sono, teoria defendida por Freud, em A interpretação dos sonhos.
Logo, afirmamos que houve no romance todo um caminho traçado e planejado pelo autor para que os delírios e o sonho de Isilda se desenvolvessem de forma verossímil e profunda, mostrando que a Guerra Civil Angolana foi sim grande responsável por esses dois, porém não o único. O azar de ter presenciado, quando criança,a cena de violência contra o louco de Nisa, de ter sido traída pelo marido fracassado e alcoólatra, de ter tido um filho doente e uma filha com opiniões próprias e comportamentais que não condiziam com o que ela, como mãe, acreditava ser o certo, além de ter perdido os pais e ser a única responsável pelo bom andamento, dentro do possível, visto que se encontrava sozinha para resolver qualquer espécie de problema, o cotidiano familiar, foi se acumulando com o passar do tempo e com os incidentes da vida, até que, como forma de sobreviver a tudo isso, inventa pra si um mundo imaginário e ideal, negando e distorcendo a realidade do espaço exterior, que como ela diz: “Não pode ser Luanda porque nunca estive aqui, uma cidade de indígenas construída por indígenas, ruínas amontoadas, pedaços de igreja, trastes na rua, lixo” (O.E.P, p. 342).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, Atónio Lobo. O Esplendor de Portugal. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. Rio de Janeiro: Eldorado, 19??.
BAKHTIN, Mikhail. Problemas da poética de Dostoiévski Trad. de Paulo Bezerra ___ Rio de Janeiro: Forense-universitária, 1981.
FREUD, Sigmund. A interpretação dos sonhos. vol. IV, Rio de Janeiro: Imago Editora, 1972.

3 comentários:

  1. Gostei da sua iniciativa. Voltarei para comentar com calma e mais recuperado da semana estressante. Confesso que ando um pouco desiludido com o que andam fazendo com blogs. No meu, aparecem poucos e os que não comentam preferem criar histórias sobre a minha pessoa a partir do que escrevo. Mas, como diz um amigo, se isso está acontecendo é porque escrevo algo interessante. Não é porque é amigo, mas porque esse me conhece para além da escrita.

    um abraço

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  2. Querido, Rômulo,

    foi difícil para mim tomar essa iniciativa. Dizer para o mundo, expor nossas opiniões não são as tarefas mais fáceis, pelo menos para nós, que sabemos o peso que constitui cada discurso.

    Concordo com seu amigo. Não se chateie por motivos como esse por você exposto. Cada um exerce a sua cidadania como bem entende, de forma positiva e construtiva ou de maneira extremamente mesquinha, como se percebe no caso descrito.
    Obrigada
    e um grande abraço

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  3. Pô..li agora esse artigo e vejo que está no caminho certo. Fiquei até com vontade de ler a obra, apesar de preferir mais a literatura brasileira..hehe Posso destacar a constante presença dos seus referenciais teóricos na análise e isso é um trabalho para poucos. Pela primeira vez, vi uma interpretação lúcida do conceito freudiano. E, quando ía dizer que Bachelard tinha tudo a ver, descobri o filósofo em sua bibliografia. Já sobre a revelação do inconsciente a partir da realidade vivida pela personagem, posso dizer que Jung ajudaria muito com a "Psicologia do Inconsciente". Agradeço também ao seu comentário que sempre é sincero e verdadeiro.

    um abraço

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